Pouco a pouco nós mulheres estamos conquistando o nosso espaço no mundo dos negócios. Em Conselho não é diferente.
Mas, apesar da forte presença do tema na pauta e agenda corporativa, as estatísticas são ainda desanimadoras.
Segundo a pesquisa Brasil Board Index 2021, da empresa de consultoria Spencer Stuart, as mulheres ocupam apenas 14,3% das cadeiras dos Conselhos de Administração no Brasil.
Mas, por que vale a pena investir em diversidade?
De acordo com o relatório “Women in Business and Management: The business Case for Change”, em um estudo feito com 13 mil empresas, em 70 países:
- 57% concordam que iniciativas de diversidade de gênero melhoram os resultados dos negócios;
- 2/3 das empresas que investiram em diversidade de gênero relatam aumento do lucro entre 5% e 20%;
- 57% disseram que é mais fácil atrair e reter talento;
- 54% disseram ter visto melhoria na criatividade, inovação e reputação da empresa;
- 37% consideram que essas iniciativas permitem avaliar com mais eficiência a visão do cliente.
Entre as companhias com diversidade, o relatório também apurou que 21% delas são mais propensas a terem lucratividade acima da média em relação às companhias com pouca diversidade na liderança.
O aumento da diversidade contribui para uma cultura organizacional mais fluida, visões distintas para um mesmo tema, gerando decisões e soluções mais inovadoras, diferenciadas, criativas, melhoria na imagem da empresa, entre outros, acarretando resultados mais efetivos para os negócios.
Empresas que investem na pluralidade têm maiores chances de tomadas de decisões assertiva, além de potencializarem a inovação e transformações, permitindo, que as diferentes experiências e visões contribua ainda mais à sustentabilidade e perenidade das organizações.
Embora distante de protagonizar o papel que nos cabe no mundo de negócios, o fato é que a diversidade precisa estar inserida e integrada à cultura das organizações. Não à toa, para acelerar este processo e dar mais oportunidade para mulheres em cargos de liderança e conselhos, temos acompanhado o surgimento de inúmeras iniciativas e movimentos, realização de estudos, eventos, investimentos na promoção, divulgação e na conscientização sobre o tema; troca de conhecimento e informações; capacitação e mentorias; empoderamento e autoestima; união de homens e mulheres em prol da diversidade; além de investimentos em ações para apoiar mudança de mindset e cultura da diversidade.
Mas, os desafios e barreiras para o avanço de mulheres em conselho são inúmeros: questões culturais, preconceitos, vieses inconscientes, autoritarismo, discriminação, subserviência, o papel de coadjuvante, a necessidade de mostrar muito mais trabalho que o homem e de desenvolver um estilo de liderança mais masculino, a maternidade, a falta de modelos / exemplos a serem seguidos, serem ouvidas e levadas à sério, entre outros.
Por outro lado, entramos numa nova era. Era pautada por valores como acolhimento, proximidade, orientação às pessoas, atenção ao ambiente, forte tendência a cooperação, ações inclusivas, empatia, entre outros. Características estas, inerentes ao universo feminino. Aí ser relevante promover, construir e disseminar estratégias, ações e boas práticas que propiciem as condições necessárias para fortalecer o papel e ampliar a participação de mulheres em conselhos e/ou liderança.
A transformação está em curso, o que nos falta é sermos ainda mais protagonistas das nossas escolhas, ousar mais, nos arriscarmos mais e sermos menos exigentes e perfeccionistas conosco.